Bebidas, riquezas, roupas extravagantes, capangas leais e um total desrespeito pelas leis. No fim das contas, a vida de um yakuza e de um pirata não são assim tão diferentes. Pelo menos essa é a conclusão de Goro Majima, o eterno Cachorro Louco de Shimano, que pela primeira vez em toda a franquia Like a Dragon, embarca em uma aventura solo e assume o comando de um navio pirata em pleno século XXI. Essa é a premissa de Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii, que abraça de vez a loucura e a multiplica por 10!
Gênero: Ação, Aventura, Brawler
Lançamento: 20/02/2025
Plataformas: PC, Ps4, PS5, Xbox One, XSX
Tem Hookshot? Sim!
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Ryu Ga Gotoku Studio
Publicado por SEGA
Ula-Ula de lá… Quebra-Quebra daqui…
O jogo se passa alguns meses após o fim dos acontecimentos de Like a Dragon: Infinite Wealth, onde Goro Majima é despachado para o Havaí para supervisionar as operações de alguns de seus colegas ex-yakuzas. Acontece um naufrágio durante a viagem, e Majima acorda em uma ilha no meio do nada, completamente sem memória. Ele é resgatado por Noah, um garotinho que sonha em conhecer o mundo, e seu mascote Goro, um filhote de tigre que todos insistem ser um gato. Rapidamente eles se tornam amigos e, após ouvirem rumores sobre um tesouro perdido, embarcam em uma grande aventura.
Os primeiros minutos de Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii já indicam que o jogo será bem diferente do que vem sido estabelecido para a franquia. Assim como Like a Dragon Gaiden: The Man Who Erased His Name, a proposta deste jogo é trazer uma aventura paralela à série principal, com uma história mais simples e curta, e maior foco nas mecânicas. Esta diferenciação já começa nas lutas: o jogo deixa de lado o combate por turnos e traz de volta a ação em tempo real característica dos jogos anteriores da franquia.
Após o primeiro capítulo do jogo, Majima tem acesso aos dois estilos de luta do jogo. O estilo Cachorro Louco é seu estilo clássico, com golpes ágeis e precisos. A novidade aqui é o botão de pulo. Durante um combo normal, é possível jogar o inimigo para cima, pular e continuar com um combo aéreo. Neste estilo, Majima ainda tem acesso ao seus famosos clones das sombras, que agem de forma independente e muitas vezes salvam a vida em momentos de desvantagem.

Já o estilo Lobo do Mar é inspirado nas típicas armas de um pirata (já expliquei o porquê de existirem piratas em pleno século XXI? Pois o jogo também não!) Armado com dois sabres, uma pistola Flintlock e um hookshot, este estilo é cheio de golpes em área, perfeito para controle de multidões. Além de seu arsenal de armas de época, Majima ainda tem acesso aos Instrumentos Sombrios: misteriosos instrumentos musicais capazes de invocar espíritos elementais, que lançam o caos pra cima dos oponentes.

Ambos os estilos são extremamente poderosos. Mesmo nas dificuldades mais altas, nenhum inimigo é páreo para Majima. O jogo tenta equilibrar isso mandando inimigos em grandes quantidades. Especialmente em algumas sidequests, é comum você se ver rodeado por dezenas de inimigos, colocando muito musou no chinelo. Daí, a graça é alternar entre os estilos de luta, eliminando inimigos mais fracos com as armas piratas, e finalizar os mais poderosos com o estilo Cachorro Louco.
Yakuza no Havaí
Durante a primeira metade do jogo, boa parte de ação se passa em Honolulu, a capital do Havaí. Se você já jogou Like a Dragon: Infinite Wealth, já deve estar familiarizado com estas ruas, bem como com o bar Revolve, que mais uma vez serve como safehouse. Por não haver restrição de nível como no jogo anterior, é possível explorar toda a cidade desde o princípio. Quase todas as atividades também estão de volta, como o serviço de entregas Crazy Eats, o desafio fotográfico AloHappy, as provinhas da Escola Ounabara e muitos outros. O patinete elétrico Street Surfer também está de volta, e com muitas outras opções de customização.

Inclusive, a customização é um ponto muito forte neste jogo. Seja no Revolve ou em seu navio, a qualquer momento é possível trocar a roupa de Majima. São dezenas de opções de camisetas, calças, chapéus e calçados diferentes, todas espalhadas em diversas lojas de roupa, baús, ou obtidas através de recompensas nos minigames. Embora sejam somente estéticos, as roupas permitem um nível de customização nunca antes visto na franquia.

Ao longo da franquia, sempre foi possível equipar acessórios que proporcionam algum aumento de status, como armaduras para mais defesa, cinturões que dão mais poder de ataque, ou amuletos com efeitos passivos. Em Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii, estes itens estão de volta em forma de anéis, que inclusive aparecem nos dedos de Majima! É possível equipar até 10 anéis, cada qual com uma propriedade diferente. Certos anéis fazem parte de um conjunto específico, e equipar todos os anéis de um conjunto garantem um bônus extra, como combos mais rápidos ou imunidade a efeitos de status.
Ao explorar as ruas de Honolulu você também pode se deparar com as famosas substories, aquelas historinhas paralelas que variam entre algo emocional ou extremamente idiota, como o coach para piratas, ou o aspirante a chef de cozinha que quer provar o seu valor. No geral, estas missões contribuem para um dos grandes objetivos do jogo: ajudar pessoas para que elas retribuam fazendo parte da sua tripulação. Afinal, um bom pirata precisa de bons marujos!
Andou na prancha…
Depois de passear por Honolulu, ganhar dinheiro e recrutar uma galera para sua tripulação, é hora de zarpar!
Após obter e reformar o navio Goromaru, Majima está pronto para explorar o mar em busca de seus tesouros. Diferente de outros jogos do gênero, como Assassin’s Creed Black Flag e Sea of Thieves, a exploração marítima não acontece em um mundo aberto, e sim em vários pequenos mapas separados. Seguindo o padrão da franquia, embora os mapas sejam pequenos, são bem recheados de conteúdo.
Cada zona marítima conta com duas ou mais ilhas de tesouro. Ao desembarcar nessas ilhas, você pode escolher até 3 membros da tripulação para ir com você. Essas ilhas funcionam quase como os mapas de Dynasty Warriors, com corredores e trilhas estreitas que desembocam em grandes áreas abertas, recheadas de inimigos e chefões. Vencê-los garante acesso a um baú de tesouro, bem como uma boa quantia em dinheiro, e pontos de reputação.
Além das ilhas, o mar aberto também tem seus perigos. Navios piratas inimigos patrulham os principais caminhos, e as vezes o confronto é inevitável. As batalhas em alto mar são bem simples, mas não deixam de ser divertidas. Através dos gatilhos R2/L2 (ou RT/LT) você dispara os canhões de Bombordo (lado esquerdo) e Estibordo (lado direito) do navio. O Goromaru também conta com metralhadoras frontais, para fogo de suporte enquanto os canhões são recarregados. Como você precisa manobrar constantemente o navio para alinhar os canhões com o inimigo, cada combate é como uma dança de velas e madeira, com fumaça para todos os lados. Ao progredir no jogo, você ganha acesso a ferramentas para customizar o navio. Aqui, é possível alterar coisas como cor, velas, acessórios e figuras de proa. Também é possível equipar o navio com diversas armas diferentes, como canhões incendiários, metralhadoras de coco e canhões laser (!).

Alguns navios inimigos são grandes o bastante para permitirem as abordagens. Ao causar danos suficientes no navio inimigo, é possível emparelhar com ele e invadir o navio inimigo à moda pirata mesmo! Esse tipo de confronto é uma batalha campal enorme, onde toda sua tripulação ataca toda a tripulação inimiga, mais uma vez lembrando um Dynasty Warriors da vida. Dependendo dos membros da sua tripulação, é possível ativar habilidades especiais de suporte, como buffs de ataque e defesa, ou recuperação de HP.
É claro que tudo isso só é possível graças a uma tripulação feliz. Muitas derrotas consecutivas irão baixar a moral dos seus colegas, reduzindo sua efetividade. Para manter a moral lá em cima, é preciso dar presentinhos como doces ou flores, ou ir além e dar uma festa em alto mar para deixar os marujos felizes e dispostos a dar o seu máximo.
Mas é também na exploração marítima que o jogo começa a mostrar a idade avançada da Dragon Engine. Criado originalmente em 2016, o motor gráfico da Ryu Ga Gotoku Studio é poderoso, e aguenta bem as dezenas de inimigos que constantemente pulam sobre você. Porém, em certas áreas de mar, onde ocorrem tempestades, raios e chuva, o jogo dá pequenas engasgadas. Nada que realmente prejudique a experiência de jogo, mas já demonstra as limitações sobre o que é possível de ser feito.
Cuidado Tubarão vai te Pegar!
Um conto sobre piratas não estaria completo sem algum esconderijo maluco. Em Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii, todos os marinheiros, piratas e maus-elementos se reúnem em Madlantis, um cassino/parque de diversões instalado em meio a um cemitério de navios afundados. Longe dos olhos da lei, aqui tudo é permitido: de arenas ilegais a baseball com bolas de canhão. E como estamos falando do universo de Like a Dragon, isso quer dizer minigames. Muitos minigames!
Madlantis é o paraíso dos joguinhos ilegais. Além do já citado baseball com bolas de canhão, há também golfe e o tradicional cassino, onde é possível jogar blackjack e balatro poker. Contudo, a joia da coroa de Madlantis é a arena.

Todos os jogos da franquia tem alguma forma de ringue onde é possível lutar por dinheiro. Em Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii, isso não só é possível como é um dos elementos principais da narrativa. Ao invés de duas pessoas saindo na mão, a arena de Madlantis é uma piscina imensa, onde navios piratas se enfrentam em combates mortais. O conflito escala até uma abordagem à moda pirata, com aquele delicioso quebra-pau entre as tripulações dos dois navios. A arena ainda vai além, e apresenta diferentes modalidades como o combate tradicional, um modo só com as lutas de abordagem, e remixes de algumas boss fights, bem mais difíceis que o normal.
Veredito: Recomendado
Like a Dragon: A Pirate Yakuza in Hawaii é uma aventura divertida e despretensiosa, com todo o humor e loucuras típicas da franquia, mas sem grandes amarras às narrativas dos jogos anteriores. Isso o torna ideal para os marinheiros de primeira viagem que não conhecem o universo de Like a Dragon, ou que não se acostumaram ao combate por turnos dos jogos mais recentes. Fãs de longa-data também estão bem servidos, graças às inúmeras referências e piadinhas que dão aquele tempero tão especial à série.
Jogue se você curte: Yakuzas, Piratas, roupinhas, arenas, karaokê, balatro poker
Um obrigado especial à SEGA e ao pessoal da Theogames pela chave! AVAST! ♥
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