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Hyper Light Breaker – Risco Selvagem

Confesso que demorei muito para gostar de roguelites. Simplesmente não conseguia aceitar a ideia de que tudo muda completamente a cada run, levando para o ralo todo o seu progresso. Com o passar do tempo fui experimentando novos jogos do gênero, e acabei percebendo que a graça é justamente essa: improvisar, e se virar com as ferramentas disponíveis na hora. Ao dominar o gameplay básico e as ferramentas disponíveis, o progresso torna-se trivial.

Essa é justamente a proposta de Hyper Light Breaker. Misturando elementos de diversos outros jogos à já conhecida formula dos roguelites, o jogo promete um fator replay infinito. Mas será que entrega?

Gênero: Ação, Roguelite
Lançamento: 14/01/2025
Plataformas: PC
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Heart Machine
Publicado por Arc Games

Antes do review propriamente dito, vale um pequeno disclaimer: O jogo ainda se encontra em early access, e muito do conteúdo previsto ainda não foi disponibilizado. Este review foi feito com base em minhas experiências com o conteúdo existente. Leve em conta que muita coisa pode mudar até a versão final do jogo. Dito isto, vamos para o review!

 

Um novo mundo de aventuras…

Com visuais em 3D e foco no multiplayer, Hyper Light Breaker é bastante diferente de seu predecessor Hyper Light Drifter, embora mantenha algumas as características da franquia, como os combates desafiadores e um mundo que parece ter sido erguido sob as ruínas de uma civilização antiga. Aqui, você faz parte dos Breakers, pessoas que buscam conter a corrupção causada por uma criatura conhecida como Abyss King. Para isso, você deve explorar a Profusão, e derrotar os 3 grandes lordes que dominam estas terras.

À primeira vista parece fácil, mas não se engane: a Profusão é um lugar vivo, que muda constantemente. Mesmo que os biomas, bosses e inimigos comuns sejam sempre os mesmos, a geografia do mapa muda completamente a cada run, graças ao uso de algoritmos de geração de terreno. No papel, é uma ótima ideia para manter um senso de novidade constante. Mas na prática, as áreas geradas são um tanto genéricas, consistindo em grandes morros e vastos descampados, povoados por monstros e eventuais estruturas em ruínas. Não que você vá perder muito tempo explorando, afinal, pontos de interesse são marcados automaticamente em seu mapa.

Para facilitar a movimentação, que tal um hoverboard?

Os pontos de interesse funcionam como mini arenas: elimine os inimigos da área para ter acesso à novas armas, equipamentos, dinheiro ou materiais de criação. Mas há um porém: quanto mais você explora o mapa e combate os inimigos, mais fortes e mais numerosos eles vão se tornando. Esse progresso pode ser acompanhado através de um medidor de perigo, que aparece sempre que acumula um valor significativo, num sistema que lembra bastante Risk of Rain.

 

E o perigo é bem maior

Embora possa ser jogado em single-player, Hyper Light Breaker foi pensado para o multiplayer cooperativo. Com isso, não é raro inimigos te cercarem por todos os lados, mesmo nos níveis de perigo mais baixos. Em equipe, até dá para se coordenar e cada um fazer sua parte no controle de multidões, mas para quem prefere jogar sozinho pode ser bem frustrante, já que os inimigos, além de numerosos, batem bem forte. Certos monstros podem matar com 3 ou 4 hits, e são mobs normais, nem estou falando dos chefões!

Quanto a eles (chamados de Soberanos), o early access conta com três bosses diferentes, e derrotá-los é o objetivo final da sua run. Ao explorar o mapa você coleta runas douradas, que são usadas para abrir as arenas onde cada Soberano reside. Ao chegar na arena, uma pequena cutscene apresenta o Soberano, e o combate começa. As boss fights tem uma cadência que lembra os soulslikes, com repetição de padrões e golpes bem telegrafados, além das tradicionais esquivas e parries. A esquiva consiste em um dash para os lados, que é incrivelmente responsivo. O mesmo não se pode dizer do parry, que tem uma janela de ativação esquisita e muitas vezes simplesmente não funciona.

 

O design dos Soberanos é incrível, mas não descuide para não virar purê

Mas nem só de fugir e apanhar que vive um breaker! O arsenal de seu personagem consiste em dois tipos de arma: uma corpo a corpo e uma para ataques à distância. No início da run suas armas se resumem a uma espada e uma pistola básicas, mas durante a aventura é possível encontrar baús e mercadores que oferecem opções mais poderosas, como adagas duplas, machados, espadas de duas mãos, revólveres, escopetas e metralhadoras. Os equipamentos seguem um esquema de raridade, sendo que armas mais raras tem status mais altos (e são muito mais caras).

Além do ataque básico, as armas corpo a corpo possuem ataques especiais, que variam de acordo com o tipo de arma. A lança, por exemplo, conjura drones-bomba que seguem os inimigos, já as adagas aumentam sua velocidade por alguns instantes. Essas habilidades não custam nada, mas possuem um cooldown, que novamente varia de acordo com o tipo de arma. Já as armas de fogo consomem bateria, que é (muito) lentamente recarregada com o tempo e com drops de inimigos. Embora as armas de fogo tenham um bom alcance, tanto o dano quanto a munição são muito baixos para serem viáveis, mesmo se sua build seja focada em combate à distância.

 

Em busca da build perfeita

Por falar em builds, o jogo possibilita customizar sua forma de jogar através de Holobytes, itens equipáveis que garantem habilidades passivas como mais dano com determinada arma, ou aumento de dano durante um combo. Como é possível equipar até 6 Holobytes de uma vez, é possível orientar sua build para determinado caminho. Diferente das armas, os Holobytes persistem por até 3 runs, e podem receber upgrades nas lojinhas de sua base.

O Outpost: lugar seguro para montar sua equipe e gastar dinheiro

 

Além de upgrade nos holobytes, sua base também permite comprar melhorias permanentes para seu personagem, melhorar status e comprar equipamentos melhores para o início da proxima run. O problema é que cada uma dessas coisas utiliza uma moeda diferente. Armas e equipamentos utilizam Sangue e Peças, que são coletados em abundância ao derrotar inimigos. Já o status é melhorado através de Cores, sendo que para ganhar 1 core você precisa coletar 4 fragmentos, que aparecem aleatoriamente no mapa. Já upgrades permanentes são comprados com Rações Douradas, que podem ser obtidas sempre que um novo mundo é gerado (nesse caso, a geração das Rações Douradas é muito mais lenta), ou uma run é vencida.

 

Veredito: Dê uma Chance

Hyper Light Breaker faz um ótimo trabalho em transportar a identidade visual de Hyper Light Drifter para o 3D. O combate é desafiador e estiloso, e a randomização de mapas e itens garantem boas surpresas. Porém a falta de balanço no single player e a progressão lenta podem tornar a experiência frustante rapidamente. Se tratando de um título em early access, muita coisa ainda deve mudar, e a base é solida o suficiente para que o jogo melhore com o tempo

Jogue se você curte: roguelites, combate difícil, jogos cooperativos, hoverboards, lobos marombas com espadas gigantes

 

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