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Astro Bot – Quando Nostalgia é Só Um Tempero

Meu co-host do Galinha Viajante, Leon, costuma fazer muitas metáforas com comida. Pegando emprestado essa ferramenta, vou fazer o mesmo pra introduzir essa análise. Muitos jogos tentam usar de nostalgia como o principal ingrediente do prato, e esquecem de fazer direito o resto da receita. Astro Bot não cai nessa armadilha. O que você vai encontrar aqui é, sem medo de errar, um dos melhores jogos de plataforma da história dos videogames, no qual a nostalgia é só um temperinho que deixa tudo ainda mais gostoso.

Gêneros: Plataforma 3D
Lançamento: 06/09/2024
Plataformas: PS5
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Team Asobi
Publicado por Sony Interactive Entertainment

O Prato Principal

Qualquer “jogo de passar fase”, os tais jogos de plataforma, precisa ter algumas coisas essenciais. Um jogo de plataforma precisa ter controles precisos, para que o jogador interaja com o jogo de maneira fácil e intuitiva. Um jogo de plataforma precisa ter um audiovisual primoroso, para que todo o tempo explorando as fases atrás de segredos seja algo gostoso e divertido. Mais do que isso tudo, um jogo de plataforma precisa ter level design e mecânicas criativas, divertidas e muito bem feitas, para que o jogador sempre queira ver o que o jogo vai colocar na sua frente em seguida. Astro Bot faz tudo isso muito, mas muito bem.

Uma screenshot não faz justiça à beleza que esse jogo é em movimento.

Mesmo com mais de 70 fases, é bem comum que mecânicas únicas apareçam pouquíssimas vezes, tornando cada fase muito única. Em uma das fases, o jogador pode alternar entre dia e noite apertando botões em certos lugares, o que vira tudo de cabeça pra baixo e transforma toda a experiência. Em outra, todos os obstáculos obedecem ao ritmo da música, e o jogador precisa interagir com a fase também dessa forma ritmada. Uma das minhas fases favoritas, Astro pode, ao toque de um botão, diminuir para o tamanho de um ratinho, e todo o mapa pode ser explorado em tamanho normal ou modificado. Cada fase nova entrega uma nova surpresa, um novo estilo de jogabilidade, e a criatividade presente aqui é absurda. É essa criatividade que torna a Nintendo tão famosa – Super Mario Odyssey e Super Mario Wonder entregam justamente isso, e Astro Bot faz o mesmo, no mesmo nível de qualidade.

Um Mundo Interativo

Falar que um videogame é “interativo” pode parecer pleonasmo, mas essa é a palavra que melhor descreve Astro Bot. Tudo no jogo é interativo. Cada florzinha, plantinha, pedrinha… Tudo se move, se despedaça… Tudo reage à presença do jogador. O mundo de Astro Bot está ali para que você se divirta. As fases não são apenas o “palco” onde a ação acontece, as fases SÃO a ação acontecendo e reagindo a todo momento a tudo que o jogador faz. Isso torna o jogo muito mais divertido de explorar, e por muito tempo a vontade é de fuçar e cutucar tudo em cada canto do mapa. E é claro que o jogo SABE que o jogador vai fazer isso, porque tem segredinhos escondidos por todo lugar. Às vezes uma florzinha bonitinha te atrai só por ser bonitinha, mas quando você percebe, ela te guiou para um segredo que você talvez não tivesse encontrado. Parafraseando o meme: ABSOLUTE LEVEL DESIGN.

Todo jogo de plataforma precisa ter uma fase do cassino.

Tudo isso é melhorado ainda mais pelos diversos power-ups. Em determinadas fases, Astro Bot se equipa com poderes especiais que vão de um foguete em forma de galinha à habilidade de absorver água como se fosse uma esponja. Quando você acha que já entendeu todas as formas de interação possíveis com o mundo de Astro Bot, o jogo te arremessa uma bola curva que vai te acertar em cheio. Uma não, três: os chefões, as fases bônus e as últimas fases de cada galáxia. 

Os diversos chefões espalhados pelo jogo inteiro são MUITO divertidos, e sempre sendo muito mais do que só uma barra de vida. É raro o jogo de plataforma que consegue fazer trocentos chefões únicos no jogo inteiro, e é exatamente isso que Astro Bot faz: nenhum chefão é parecido com o outro. E não digo só visualmente – a maneira como o jogador precisa derrotá-los sempre muda, dependendo de qual power-up está disponível e de como a batalha foi planejada. E não são chefões difíceis, basta descobrir o que fazer. 

Apenas um dos diversos chefões do jogo.

As fases bônus, por outro lado, são as mais difíceis do jogo, e vão exigir que você domine todas as mecânicas de movimentação e combate que o jogo traz. Tem fase bônus que foca em combate, enquanto outras são verdadeiros desafios de plataforma. Apesar de mais difíceis do que o resto do jogo, nenhuma delas é absurda ou desequilibrada, então não se preocupe, você não vai encontrar aqui mais um Palácio da Dor de Hollow Knight. As estrelas do jogo, porém, são as últimas fases de cada uma das galáxias, que mudam completamente como o jogo funciona. Não vou entregar aqui nesse texto a razão disso, mas são 5 das fases mais legais que eu já joguei em qualquer jogo de plataforma.

O Melhor Jogo de PS5

“Meu Deus, que ousadia! Mas e Final Fantasy VII Rebirth? E Elden Ring?” Pois é. Astro Bot é o melhor jogo de Playstation 5. O que quero dizer com isso é que Astro Bot é o primeiro jogo completo que realmente usa a característica mais única do PS5 a seu favor: o controle Dualsense. O que eu quero dizer é que Elden Ring não é um jogo DE Playstation 5, ele é um jogo PARA Playstation 5. Elden Ring é tão bom no PS5 quanto ele é no Xbox ou no PC. Astro Bot, por outro lado, é um jogo feito para o PS5 desde o começo. 

Se você jogou Astro’s Playroom você sabe como esse joguinho que deveria ser apenas uma demonstração fez milagres com todas as funções do novo controle da Sony. Astro Bot faz tudo que Astro’s Playroom fez e ainda mais, é realmente excepcional. De alguma maneira, o sistema de vibração do controle realmente te passa a sensação de estar deslizando por uma superfície congelada ou se embrenhando pelo meio de uma montoeira de parafusos metálicos. Tem uma parte específica do jogo que Astro está carregando algo pesado nas costas e, juro, o controle pareceu que ficou mais pesado nas minhas mãos. Não sei que bruxaria foi feita ali, e sei que isso é impossível, mas… Aconteceu, eu estava lá.

Assopre o microfone do controle e veja o que acontece…

Mas não é só por causa do controle que eu digo que Astro Bot é o melhor jogo de PS5. Com certeza grande parte do público que hoje tem um PS5 cresceu jogando os grandes clássicos de PS1 e PS2. Muita gente teve um PSP. Muita gente teve um PS3. Pouca gente teve um Vita (sejamos sinceros). É pra esse público, para esses jogadores de longa data de consoles da Sony, que Astro Bot vai ter um gostinho ainda melhor – o tal temperinho da Nostalgia. Eu realmente não quero dar aqui spoilers de que franquias o jogo representa através de seus robozinhos fofinhos, mas basta dizer que as referências vão bem além dos gigantescos first-party da Sony. Sim, você vai encontrar referências a God of War e Bloodborne, mas… Se você jogava RPGs na época do PS1 e PS2, por exemplo, prepare-se para surpresas muito agradáveis e realmente inesperadas, de estrelas do destino a piratas galácticos.

Veredito: Obrigatório

Astro Bot é um dos melhores jogos lançados na última década, e isso vai muito além da sua chuva de referências nostálgicas. O que poderia ter virado só mais um Pepsi Man – um jogo sobre uma marca – se transformou em um clássico instantâneo dos jogos. Com um gameplay absolutamente perfeito, visuais maravilhosos, trilha sonora linda, personagem principal super carismático e, principalmente, uma criatividade fora do comum em suas mecânicas e level design, Astro Bot vai agradar qualquer um. Esse é o público alvo de Astro Bot: todo mundo que gosta de videogame.

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