De tempos em tempos surgem ideias no mundo indie que invariavelmente me fazem voltar aos meus 4~5 anos de idade. Das histórias que minha avó lia para mim quando eu era moleque, uma das que eu mais me lembro (além da terrível história do Bicho Mamona…) era a História da Espada que Cantava. Não era nada demais, mas eu gostava de imaginar uma espada, com boca e olhos, que cantava histórias sobre quem a empunhava.
E aí eu conheci Slash Quest. Imediatamente as histórias voltaram na minha cabeça. Não só porque em Slash Quest estamos diante de uma espada tagarela que era empunhada por uma poderosa rainha, mas também porque a espada paga um pau absurdo para a mesma. Igual a espada na história.
Estamos falando de um belo, fofo e muito intrigante indie de Ação que eu só consigo pensar em definir como “pensa só A Link to The Past fosse um collect-a-thon” . A demo disponível no Steam nos dá acesso à apenas duas fases, mas ali você já consegue ter uma boa ideia do que Slash Quest é capaz. O design do jogo é muito simples, mas cai naquela categoria “menos é mais”. Você controla o Ovelheiro, um rapazinho que acaba por encontrar a Espada da Rainha perdida no seu quintal e os dois saem em busca da real parceira da arma mágica. Para isso, os dois precisam achar 3 orbes mágicos que serão usados como chaves para abrir o portão do final da fase. Simples, né?
Calma, tem mais.
Você não controla Ovelheiro. O jogo tem como referencial a ESPADA MÁGICA! Ela é que vai (enquanto a carinha alegre é mostrada) vai pra frente ou gira, fazendo um Spin Slash à lá Zelda quando o Ovelheiro está parado e você gira para esquerda ou para direita. Conforme avançamos nas fases, pegaremos itens que mudam a cor do rastro deixado pela espada mágica também, segundo as informações do jogo.
Mas calma, tem mais.
E aí, como uma boa Espada Mágica Falante em mãos, você sai por aí cortando tudo que pode ser cortado. Mas quando você fatia um inimigo, Espadinha (é o nome dela) cresce um pouco e é nesse momento que podemos ver abrilhantar o “menos é mais” do jogo. Os puzzles são todos baseados na mecânica de Espadinha crescendo depois de fatiar inimigos por aí e ter que alcançar, digamos, uma alavanca longe ou interagir com outros mecanismos através de suas magias. É uma lâmina de dois gumes (desculpa o trocadilho) quando Espadinha cresce: afinal, em Slash Quest, não só inimigos e obstáculos serão seus desafios. Pedras e coisas que tirariam o fio de uma espada também são. E toda vez que você acerta uma parede ou pedra, Espadinha perde o tamanho.
Já sabe que tem mais, né?
A dupla pode interagir de mais formas com os cenários do jogo e tudo que é obstáculo pode ser transposto de alguma forma. Pedras? Espadinha pode pegar uma bomba (você não leu errado) e acertar a pedra para que ela não seja mais um problema. Espinheiros? Não são problemas desde que Espadinha esteja pegando fogo. Com isso, você salva amigos, como a Mascate – que vai te vender upgrades, roupinhas fofas para o Ovelheiro (que não tem uma roupinha de Galinha Verde de Mochilhinha e estamos muito tristes com isso) – ou a Ferreira com seus upgrades.
O melhor de tudo? Localização em PTBR. Slash Quest tem uma excelente localização (não sabemos quem são os responsáveis, mas tá um trabalho sensacional, parabéns) e você consegue ver como Espadinha e demais personagens são bem únicos em suas falas. A direção de arte desse jogo é uma F-O-F-U-R-A só. A carinha de “êbaaaa” que a Espadinha faz quando tá girando ou a carinha de má que ela faz com tá em chamas, para mim, já valeram cada um dos segundos que eu investi na demo.
Vale muito a pena ficar de olho nesse daqui. Seja por você curtir Zeldinha, collect-a-thons, jogos fofos ou uma mistura simples e muito bem intencionada disso.
Slash Quest sai dia 15 de Agosto no Steam. Ainda não há data para consoles, mas segundo os desenvolvedores, versões de console vem aí.