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O mundo de Warhammer 40K – Parte I: O mundo, conceitos e problemas.

Pois bem, você comprou Space Marines 2 ou viu o trailer da série meio Death+Love+Robots só que de videogames na qual teremos um episódio sobre o blue boy Tituso Space Marine e ficou “tá, mas…”. Ou então, você precisa usar um babador toda vez que Henry Cavill abre a boca e, numa dessas vezes, você ouviu ele falando de “minis”, “Custodes” e coisa assim, e sua curiosidade atiçou imediatamente. O que é isso tudo? O que é Warhammer? Por que 40K? Custodes? ORKS?! WTF

Calma.

Em nome do Deus-Imperador da Humanidade eu venho aqui para explicar bem brevemente o mundo e um poquinho da história de Warhammer 40K para vocês. Essa será a primeira de algumas matérias onde mergulharemos melhor no futuro sinistro e sombrio do Quadragésimo Primeiro Milênio.

Em resumo…

Poucas coisas resumem bem o cenário de Warhammer 40K como esta singela passagem:

“É o 41º Milênio. Por mais de uma centena de séculos, O Imperador sentou imóvel no Trono Dourado da Terra. Ele é o Mestre da Humanidade pela vontade dos deuses e mestre de milhões de mundos pela força de seus exércitos incansáveis. Ele é uma carcaça putrefando encolhendo invisível com o poder da Era Sombria da Tecnologia. Ele é a Carcaça Lordal do Imperium para quem mil almas são sacrificadas diariamente, para que de fato ele nunca morra.

Mesmo no seu estado sem morte, o Imperador continua sua vigilância eterna. Poderosas frotas de combate cruzam o miasma da Distorção, a única rota entre estrela distantes, e seus caminhos iluminados pelo Astronomican, a manifestação psíquica da vontade do Imperador. Vastos exércitos guerreiam no Seu nome em mundos indizíveis. Grandes meio aos seus soldados estão os Adeptus Astartes, os Spaces Marines, super guerreiros bio-construídos. Seus companheiros-de-armas são legião: a Guarda Imperial e incontáveis forças de defesas planetárias, a sempre vigilante Inquisição e os tecno-sacerdotes do Adeptus Mechanicus para dizer alguns. Mas para todas as multitudes, são quase insuficientes para defenderem-se da ameaça sempre presente de aliens, hereges, mutantes – e pior.

Ser um humano em tais tempos é ser um em meio a incalculáveis bilhões. É viver no mais cruel e sangrento regime imaginável. Essas são as histórias desses tempos. Esqueça o poder da tecnologia e ciência, pois muito se esqueceu, para nunca ser reaprendido. Esqueça a promessa de progresso e compreensão, pois na sinistra escuridão do futuro distante só há guerra. Não há paz entre as estrelas, apenas uma eternidade de carnificina, matança e a gargalhada de deuses sedentos.”

Levinho, né?

Pois é. Toda vez que você ouvir a expressão “grim dark” como definição de algum cenário, veio daqui. Veio dessa citação aí.

Ultramarines vs. Chaos: O “Ryu vs. Ken” desse jogo

Tá, volta um pouco. Warhammer 40k?

Warhammer 40K é um wargame, um jogo de miniaturas que simula um combate entre exércitos. É uma modalidade de jogos com alguma fama lá fora, com diversos exemplos e tem uma importância bem grandinha para os jogos de mesa. D&D não existiria se não fossem por wargames para vocês terem uma ideia e Warhammer 40K é um desses jogos, sobre um futuro tão no futuro que tudo deu uma merda tão grandona que todo mundo achou melhor resolver dar tiro pra tudo que é lado.

Mas Warhammer 40K, por ser meio antigo, tem uma lore muuuuuuito extensa. Entenda, quando falamos de ser extenso, estamos falando de mais de 100 livros, com histórias em diversos momentos da gigantesca história dessa franquia. Só de um dos grandes momentos, a Heresia de Hórus, temos cerca de 50 livros (e contando)! Além disso tem uma porrada de jogos, entre bons e ruins, dentro do universo. Embora eu não tenha consumido tudo por aí, eu acho que posso ajudar você, pessoa que chegou aqui, a entender o mundo de Warhammer 40K. E para isso precisaremos de fazer algo didático: antes de sacarmos a história do mundo, vamos dar uma olhada em quem faz o mundo ser o mundo. E antes disso, vamos entender alguns conceitos deste mundo.

A Distorção, Poderes Psíquicos, Demônios e Caos

A Distorção é uma dimensão paralela, algo na pegada de um mundo dos mortos. É um lugar para onde todas as almas vão e é feita de de pura energia, emoção e pensamento. Energia Psíquica da mais alta densidade. É um lugar cuja realidade não faz sentido, porque sentido não existe lá. E, lá dentro existem coisas realmente preocupantes como o Caos. O Reino do Caos. E nesses reinos habitam três – na verdade quatro – deuses e suas hordas de demônios.

da esquerda para a direita: Tzeentch, Nurgle, Khorne, Slaanesh

Khorne, o Deus da Guerra, do Sangue, da Raiva. Se você já viu algo como “sangue para o Deus Do Sangue, crânio para o Trono de Crânios”, vem daqui. Capetão vermelho, com cara de puto, asas? Fogo? Armaduras com espinhos e espada cheia de cravos? Por aqui, por favor;

Tzeentch, o Deus da Manipulação, Traição e Mudança. Sabe aquela criatura que vai manipular tudo e rir num canto enquanto vê seu plano dando certo? Aquele tipo de pessoa que te responde com um “talvez sim, talvez não, mas provavelmente não sei”? Tem uma pegada meio cthulhesca aqui, onde conhecimento leva a mais perguntas, que leva a outras respostas que levam a mais perguntas e você, quando percebe, tá no chão babando e sonhando com pássaros e a cor azul;

Nurgle, o Deus da Pestilência, Doença e Podridão. Vovô Nurgle, como é conhecido pela comunidade, tem a ver com a manutenção de algo do jeito que ele é. Tudo dele é verde, podre, fede. Mas não se preocupe. Ele te ama pelo que você é, já que todos nós vamos apodrecer de qualquer maneira 🥰

E por fim, temos Slaanesh, que é mais recente adição. O príncipe dos prazeres, Dona dos Excessos que não podem ser descritos, Aquela Que Tem Sede. Geralmente ele/ela/elu é associado/a/e com secksksksksks, mas na verdade é qualquer coisa que gera prazer e alegria. BDSM, spikes, cor roxa e tudo mais.

Então pensem que existe um inferno sim, que não é bem um inferno mas é infernal, e esse lugar é vizinho ao nosso Universo! Que legal né?

Pois bem, acontece que A Distorção é uma fonte inestimável e indispensável de poder para muitas civilizações, em especial para a Humanidade. Alguns seres conseguem manifestar poderes capazes de distorcer (perdão pelo trocadilho) a realidade em que moramos. Estamos falando de coisas como Ler Mentes, Relâmpagos, fazer fogo do nada, voar e coisas do tipo. Feitiçaria mesmo, bruxaria da mais alta classe. Essas pessoas são conhecida como psykers e existem em variedades bem interessantes. O grande problema é que para manifestar os poderes psíquicos, um psyker precisa puxar a energia d’A Distorção. Isso mesmo: é preciso fazer contato com o INFERNO. Ai que legal!

E aí vem uma problemada incrível: os demônios do Caos estão sempre esperando uma oportunidade boa de corromper alguém que entra n’A Distorção e trazer a sua alma pra brincar de porradinha, manipulação, rodinha de vômito ou uma orgia. E não é incomum isso acontecer. Tão comum, na verdade, que um dos maiores dedo no cu e gritaria de Warhammer 40K, a Heresia de Horus, é produto disso. Evitar que isso aconteça é impossível: mesmo com treinamento, equipamento e condições adequadas, a tendência é que um psyker se corrompa no longo prazo. Na verdade, talvez só uma criatura conhecida até hoje tenha olhado na cara do Inferno e falado: “risos”

Ele é o Imperador da Humanidade.

Imperador, Humanidade e Mais Caos

O cara é tão sinistro que os três — quatro — Deuses do Caos tinham medo do homem. Estamos falando do maior Psyker de todos os tempos (pelo menos da Humanidade).

E é justamente o nosso Grandalhão Dourado aqui que ajudou a humanidade a se juntar numa coisa só, um grande Imperium, e foi por causa dele que conseguimos viagem interestelar. Adivinha como isso acontece? Se você chutou “pel’A Distorção”, você chutou certo. As complexidades de como isso acontece são desnecessárias agora, mas basta dizer que a gente faz um rasgo na realidade, entra n’A Distorção, viaja por lá, rasga de novo pra sair do outro lado e gg.

Entretanto, A Distorção não é uma realidade. É uma irrealidade. É uma profusão de pensamentos, sentimentos. É jazz e jazz é caos. Como nos encontraríamos por lá? Como navegar pela loucura? Com o CABEÇÃO do Imperador, é claro. Graças ao Astronomican, que é alimentado diretamente pelo Imperador da Humanidade, temos um norte para seguir num lugar onde norte não só não existe, como provavelmente tem gosto e isso possibilitou que saltemos aqui-e-ali.

“Mas tio Leião, se um psyker tem contato constante com A Distorção e por isso pode acabar se encapetando todo, o que aconteceria com a Viagem pel’A Distorção???”

Ah, coisa pior mesmo. Por isso mesmo é que, além de condenar todas as formas possíveis de religião, o Imperador se certificou de criar logo um plano de dominação, colonização e fodelança pra colocar a humanidade como peça central no mundo. Parte desse plano foi criar 20 18 Primarcas, os filhos do Imperador. Eles seriam a representação da mão dourada do Homenzarrão pelo Universo e colocariam o Caos em cheque porque ele sabia que o grande problema tava lá, nos Deuses do Caos.

E cada um desses Primarcas, seus filhos geneticamente criados e modificado, fez um processo meio parecido. Através de sua Semente-Genética modificaram soldados e criaram os Anjos da Morte, os fuzileiros espaciais: Space Marines.  E cada um deles tem uma legião destes caras pra cuidar e aí você já entendeu tudo.

Lembra que os Deuses do Caos tinham medinho do Imperador? Pois é. Durante as missões de colonizar o universo, os Deuses deram uma quebrada no Imperador, mandando um filho pra cada lado e foi nessa de fuçar num lugar onde não devia é que a Heresia de Horus aconteceu. Esse é um dos três grandes eventos de Warhammer 40K e, sem dúvida, o que mais tem material produzido sobre.

Como o nosso objetivo não é explicar tudo e só o que importa para uma primeira mergulhada, lá vai um resumão: O Primarca favorito do Imperador, Horus, acabou sendo corrompido pelo Caos e ele ajudou a corromper outros 9 Primarcas e eles tentaram dar um golpe no Império. Um negócio terrível, a Heresia de Horus. Morreu gente pra caramba, alguns Primarcas foram pra vala também e aconteceu um duelo entre Horus e o Imperador que resultou na morte do primarca revoltado e no ferimento que deixou o maior psyker de todos os tempos moribundo.

Horus e o Imperador da Humanidade. Um duelo mortal para ambos.

“Sem o Imperador, não tem viagem pelas estrelas”. E aí, adaptaram o trono dele e para que o Astronomican siga apontando o norte para nós, é preciso que um sacrifício de mil almas psykers seja feito diariamente para manter tudo como estava antes. E as consequências disso? Bom, o Imperium ainda existe. Mas acabou o progresso científico, acabou o conhecimento, só há a escuridão sinistra do agora 41º milênio. O que o Imperador condenou, o culto religioso, acabou acontecendo consigo mesmo: ele era reverenciado como um Deus pelo Império e, agora, uma Eclisarquia foi criada. Hereges são executados. Planetas condenados como irrecuperáveis são explodidos com um aceno dos Inquisidores. O Caos ainda existe e as legiões de space marines corrompidos ainda são uma ameaça, bem como outros xenos, alienígenas, com quais o Imperium tem contato regularmente.

Só há guerra.

Mas… quem é o Imperium? Quem são as facções que mantém a Ecelsiarquia e a vontade do Imperador firme numa era escura, sinistra e cheia de caos? Acompanhe na próxima parte

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