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Chains of Freedom – Joguei, Joguei, Esqueci

Depois de um evento místico-científico bizarro que devastou países, o mundo se encontra em um estado de distopia pós-apocalíptica. É nesse mundo que um grupo de soldados de elite precisa ir por trás das linhas inimigas e entrar em um labirinto de conspirações. Parece que eu descrevi a “história padrão de distopia número 48”, né? E é exatamente isso que Chains of Freedom é, e não só na história. O gameplay, os visuais, os personagens… Nada é ruim, mas nada é bom também. Falta sal. Falta tempero. Quem sabe agrade quem anda muito esfomeado por algo desse tipo, mas… Mesmo essas pessoas vão esquecer que jogaram esse jogo daqui depois de poucos dias.

Gênero: RPG, Combate Tático por Turnos
Lançamento: 15/04/2025
Plataformas: PC, PS4, PS5, XSX
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Nordcurrent
Publicado por Nordcurrent Labs

Era Uma Vez, Na Soberania…

Chains of Freedom se passa em um país fictício chamado “A Soberania”, com clima da Europa Oriental, onde uma doença conhecida como “ÉDEN” devastou a população. Essa doença gera estranhas formações cristalinas e causa mutações e perda de controle, tornando os contaminados praticamente como zumbis. Rapidamente o país se viu nas cinzas, até que uma vacina foi criada para não só dar imunidade a alguns sortudos, mas também torná-los capazes de utilizar os poderes psíquicos provenientes da doença. É com esse pessoal que você joga em uma história que vai passar por todos os clichês que você já está imaginando: traições, controle mental, governos com segundas (e terceiras, e quartas) intenções… O jogo começa prometendo muita coisa do lado narrativo, mas acaba entregando pouco. Pelo menos tá tudo em PT-BR.

Os cristais de ÉDEN, a causa de toda essa desgraça

Essa história é apresentada com um audiovisual que, assim como todo o jogo, é “ok”. O mundo é bonito, mas alguns problemas de queda de framerate e iluminação incomodam, e eles definitivamente não deveriam estar aqui, já que o jogo não parece ser visualmente exigente. A trilha sonora sofre do mesmo problema: é “ok” – não incomoda, não agrada, e acaba caindo no esquecimento rapidinho. E a atuação de voz? Adivinha? Bem… É, você já entendeu.

Mais Um X-Com

A jogatina de Chains of Freedom se divide em duas partes, e as duas são “ok”. Enquanto não está em combate, o jogador vai avançando por missões que são, em sua grande maioria, lineares, em algo que parece um “cRPG-lite” – ou seja, parece que você está jogando Baldur’s Gate 3, só que sem nada pra fazer. Às vezes tem um item pra coletar aqui, uma área que dá pra passar furtivamente ali, um diálogo opcional acolá… Mas falta mais liberdade – o que é irônico em um jogo chamado, literalmente, “Chains of Freedom”, ou “Correntes da Liberdade” em tradução livre. Mas e o combate, que é o que mais importa?

Se parece uma tela de combate de X-Com, é porque é praticamente isso mesmo

As batalhas táticas são, sem dúvidas, a parte mais importante de um jogo desse tipo. Se a história, a ambientação e o audiovisual são “ok” mas a batalha é divertida, até que tudo bem. E as batalhas são, sem medo de parecer repetitivo, “ok”. Veja, elas não são RUINS. Tudo funciona, e o jogo até tem uma ideia legal aqui e ali pra complementar os sistemas já estabelecidos do gênero de combate tático por turnos. A melhor inovação que o jogo traz é a capacidade de gastar um pouquinho mais de AP pra aumentar um pouquinho a chance de acerto – a chamada “Mira Focada”. Por exemplo, se um ataque precisa de 6 AP mas tem 80% de chance de acertar, você pode usar ele com 7 AP pra ter 90% de chance, ou 8 AP pra ter 100% de chance. É uma maneira inteligente de deixar na mão do jogador a escolha de gastar recursos pra garantir um acerto ou tentar a sorte.

Fora isso, o resto é bem o que você espera de um jogo desse tipo, mas sem nada especialmente interessante. Os poderes dos personagens são simples, as estratégias necessárias nos encontros com inimigos e chefões são bem básicas, e o jogo nunca surpreende. É tudo meio sem graça, sem personalidade, sem charme. A fundação de um bom sistema está aqui, mas ficou só por isso mesmo – é só a fundação, sem a construção que deveria vir por cima.

Veredito: Dispensável

Chains of Freedom é o tipo de jogo que vai agradar aquele fã hardcore de jogos de combate tático por turno que já jogou tudo que tinha pra jogar e PRECISA de outro. Se você, leitor, jogou X-Com e tá procurando algo legal na mesma pegada, tem muita coisa boa por aí, como Mutant Year Zero, Phoenix Point, Warhammer 40k Mechanicus, Phantom Doctrine e Miasma Chronicles – todos esses com alguma característica criativa que faz com que eles se sobressaiam. Eu sempre prefiro um jogo criativo e que se destaque em algo, mesmo que ele não seja tecnicamente tão primoroso ou tenha algum problema em outra área, mas Chains of Freedom é o oposto – ele é “ok”, mas tão “ok”, que você mal fecha o jogo e já esquece que jogou.

Jogue se você curte: Combate Tático, Jogos “ok”

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