The Book of Aaru – Jornada ao Paraíso

O Antigo Egito é fascinante. Não só pelas imponentes pirâmides ou seus poderosos faraós, mas também por toda a sua mitologia. Guiados por Ra, o Deus do Sol, o grande panteão egípcio governa todos os aspectos da vida e da morte, e de todo o caminho que vem após. Uma mitologia fascinante, mas que ainda é muito pouco explorada na mídia moderna, The Book of Aaru tenta remediar isso, inspirando-se fortemente nos mitos e lendas da terra dos faraós.

Gênero: Roguelike de Ação, Dungeon Crawler
Lançamento: 27/05/2025
Plataformas: PC
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Amenti Studio
Publicado por Amenti Studio

 

A Maldição do Templo

Egito, 1926. Na era da ouro da arqueologia moderna, a exploradora Emily Sands faz uma descoberta que mudaria sua vida para sempre: parcialmente enterrado sob a areia, estava a porta para o lendário Templo de Osíris, que até então nunca houvera sido mapeado. Ao entrar na construção, Emily se vê presa, e tem sua aparência completamente transformada. Coberta de pêlos e garras, a exploradora agora tem uma aparência felina, muito semelhante aos antigos deuses egípcios. Agora, cabe a Emily explorar o templo em busca de alguma forma para escapar, o que não será tarefa fácil, já que o lugar é repleto de armadilhas, insetos e outras criaturas horríveis.

Essa e outras histórias estão disponíveis no extenso códice do jogo

Segundo a mitologia, Osíris é o Deus dos Mortos, e aquele que julga os atos daqueles que partiram. As almas daqueles que se provaram dignos do julgamento de Osíris são enviados para o Aaru, o campo dos juncos dourados equivalente ao paraíso cristão. Com isso em mente, podemos supor que o chamado ‘Templo de Osiris‘ seja na verdade um purgatório, a provação final onde somente os dignos saem vitoriosos. Aqui, a ideia do jogo ser um roguelike casou perfeitamente com a mitologia, afinal cada morte é um passo a mais para a vitória.

 

Perigosos Corredores

No quesito gameplay, o jogo segue uma estrutura parecida com outros jogos do gênero, como Hades e Curse of Dead Gods. Cada run te leva a uma nova dungeon gerada proceduralmente, que segue uma mesma estrutura básica: corredores estreitos e sinuosos repletos de armadilhas, e grandes arenas abertas cheias de monstros. Infelizmente, o combate é um dos pontos fracos do jogo.

Uma das melhores coisas de um roguelike de ação é a variedade: sejam diferentes armas ou habilidades, faz parte da brincadeira experimentar tudo e depois focar no que mais te agrada. Isso, porém, não existe em The Book of Aaru. Apesar de haver diferentes armas à disposição de Emily, seus ataques se resumem a um golpe corpo a corpo e um ataque à distância. Ambos os golpes podem ser carregados para gerar mais dano, e podem ser feitos em sequência a fim de criar combos. Sua única habilidade especial é um poder que faz com que o tempo corra mais devagar, permitindo que você desvie mais facilmente de inimigos e armadilhas. Também é possível aparar alguns ataques inimigos, mas o timing é muito esquisito e na maioria das vezes sequer funciona.

Hora do combate!

Como não há variedade nas formas de combate, o aspecto roguelike se encontra na evolução de Emily. Ao combater inimigos e quebrar objetos no cenário, você coleta cristais de experiência, que podem ser gastos em lugares específicos na dungeon para melhorar o Ataque, a Vida ou a Magia de Emily.

Além dos cristais de experiência, durante a run o jogador poderá encontrar baús com itens que melhoram seus status, além de coletar materiais de criação, que podem ser usados para criar melhorias em sua base. Há aqui um porém: ao morrer, você perde todos os materiais de criação, sem a possibilidade de recuperá-los. É possível evitar isso depositando os materiais em alguns pontos da dungeon, porém você perde cerca de 20% dos materiais coletados. De forma resumida: se o jogador pretende desbloquear todas as melhorias da sua base, prepare-se para grindar muito.

 

O Salão Principal

Ao morrer ou derrotar o chefão da dungeon, você é transportado para o Salão Principal do Templo, que funciona como sua base de operações. Onde é possível conversar com alguns NPCs, trocar de armas, escolher qual parte do Templo será explorada e até mesmo comprar melhorias. Como não há dinheiro no jogo, as melhorias são adquiridas através dos materiais de criação, ao selecionar uma melhoria, você é levado a uma interface de criação, que constitui em um grid onde você precisa posicionar a quantidade certa de material. Particularmente encontrei dificuldade na interface que é bem confusa, um simples menu de criação já seria o suficiente.

A interface de criação de materiais. Confusa, mas por sorte há o modo Automático que faz tudo sozinho

 

Veredito: Dê uma Chance

Apesar das suas limitações no combate e do progresso desbalanceado, The Book of Aaru consegue entregar um universo muito interessante, levemente baseado na mitologia do Egito Antigo. Ao mesmo tempo, as histórias criadas respeitam (e até complementam) os mitos e lendas criados milênios atrás. Os visuais e a trilha sonora cumprem bem o seu papel, deixando o jogador imerso no clima misterioso e místico do submundo egípcio.

 

 

Jogue se você curte:  Mitologia; Roguelike; Egito Antigo

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