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Dragon Ball: Sparking! ZERO – Shenlong Realizou Nosso Desejo!

O ano é 2007. Os fãs de Dragon Ball por todo o mundo estão se esbaldando com Dragon Ball Z Budokai Tenkaichi 3, o jogo dos sonhos de qualquer amante da obra máxima de Akira Toriyama. Um monte de personagens, modos de jogo e especiais super explosivos. Nada poderia dar errado, e um Budokai Tenkaichi 4 provavelmente era apenas questão de tempo, certo? CERTO!? Bom, parece que não foi tão certo assim… Mas depois de muitos fãs pedindo para Shenlong (e todos os outros dragões também, por que não?), Sparking Zero – efetivamente Budokai Tenkaichi 4 – está entre nós. E, rapaz, o desejo demorou pra ser realizado, mas valeu a pena esperar.

Gêneros: Luta 3D
Lançamento: 11/10/2024
Plataformas: PC, PS5, XSX
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Spike Chunsoft
Publicado por Bandai Namco Entertainment

Um Jogo Para Fãs de Dragon Ball

Parece meio óbvio falar isso, mas calma que eu explico. Sparking Zero é a parte final da trinca perfeita de jogos de Dragon Ball, juntando-se a DBZ Kakarot e DB FighterZ. Mas o público alvo destes jogos é bem diferente, apesar de todos apelarem pra quem curte Goku e companhia. DBZ Kakarot é a melhor maneira pra quem quer jogar a HISTÓRIA de Dragon Ball Z, afinal o jogo é praticamente um RPG de ação de mundo aberto. FighterZ é um jogo de luta hardcore pra quem quer aprender combos complexos e mecânicas profundas, afinal é desenvolvido pelos mestres da ArcSys. Já Sparking Zero é, pura e simplesmente, um orgasmo direcionado na cara dos fãs do mangá e anime – mesmo os que não são jogadores tão ávidos de videogame.

Ai que delícia

O primeiro e mais importante ponto de Dragon Ball Sparking Zero é o seu número obsceno de personagens. Qualquer fã de anime sabe que um bom jogo de luta de anime precisa ter todos, absolutamente TODOS os personagens. Sim, até aquele personagem secundário daquele filme que só saiu no Japão. E, bem, Sparking Zero entrega, no lançamento, quase 200 personagens. Tudo bem que 19 são Gokus (e isso não é uma hipérbole), mas o jogo realmente tem todos os personagens imagináveis da franquia. Até o Babidi. E o Whis. E o Frost. E a Kale. E o Tapion. E o Nail. Além disso, são vários os modos de jogo, e tem pra todos os gostos: um modo de torneios, um modo de batalhas rápidas, um modo história, entre outras várias maneiras de jogar energias coloridas no seu oponente.

Aliás, como é legal liberar personagens à moda antiga. Embora você possa comprar edições mais caras do jogo pra liberar mais rapidamente as centenas de personagens, o jogo não dificulta a aquisição de todo esse pessoal pro seu jogo. Simplesmente jogando qualquer um dos modos de jogo vai acabar liberando vários personagens, e se você quiser abrir algum favorito específico basta ir até a loja do jogo e comprar (com “Zeni”, não com grana de verdade) o personagem que quiser. Aliás, esse Zeni, a moeda do jogo, serve pra comprar um monte de coisas – músicas, roupinhas, personagens, etc, e o jogo arremessa Zeni na sua cara com uma velocidade estonteante. É realmente divertido e rápido liberar os personagens, e você não vai precisar ficar fazendo “passes de batalha” ou “desafios diários” (coisas que não existem nesse jogo, graças a Zen-Oh) – basta jogar do modo que quiser mesmo.

Profundidade Pra Quem Quiser

Esse jogo é super fácil de começar, conta com diversas opções de dificuldade e acessibilidade, e é altamente viciante, até pra quem não é acostumado com jogos de luta. Mas não é porque o jogo é acessível que ele é raso. Pra quem quer entrar de cabeça, Sparking Zero tem sistemas até bem robustos, como defesa alta e baixa, uns cinco tipos diferentes de contra-ataque (cada um contra-atacando algo específico), movimentos especiais defensivos e ofensivos que gastam uma barra de energia secundária, combos que tornam mais fácil a confirmação com um outro combo ou com um especial… Nada disso é necessário pra aproveitar o jogo, mas é legal dar uma passadinha no EXCELENTE modo tutorial do jogo e ver tudo o que o sistema de combate tem a oferecer. Até porque algumas batalhas opcionais não são nem um pouco fáceis.

O ótimo tutorial com Gohan e Piccolo.

Aliás, pra quem quiser realmente mergulhar nas mecânicas do jogo e testar suas habilidades, Sparking Zero também conta com um modo online. “Mas Samuca”, você pergunta, “o jogo é balanceado?” A minha resposta é um retumbante NÃO. Mas calma. Definitivamente o Goku Instinto Superior vai lavar o chão com a cara do Kuririn, mas se você quer jogar competitivamente mesmo, um dos modos online resolve isso maravilhosamente bem com o sistema de DP (Destruction Points). Nesse modo, o jogador recebe 15 DP que ele pode “gastar” montando seu time, e aí os personagens mais poderosos são mais caros. O Goku Instinto Superior custa 9 DP, por exemplo, enquanto tem personagem que custa 3 ou 4. Isso quer dizer que um time com personagens mais fortes terá menos personagens, enquanto um time formado só por um monte de Saibaman vai ter cinco desses ETzinhos fofos. Aí fica na mão do jogador escolher como ele quer montar seu esquadrão.

Destruição Maravilhosa

Dragon Ball Sparking Zero é LINDO. Sério. É assim que você imaginava que eram os Budokai Tenkaichi lá no PS2, mas a diferença é que agora é verdade. Todos os personagens – até mesmo os mais secundários e terciários – são super detalhados. Os efeitos especiais de energias e explosões são o ponto alto do audiovisual do jogo, com iluminações lindas e cores e contrastes incríveis. O jogo inteiro é muito bem apresentado durante as batalhas, e isso é muito ajudado pela câmera, que pega os ângulos mais legais de batalha. Durante os especiais cinematográficos então… Aqui os animadores fizeram a festa. Apesar de vários especiais serem “a mesma coisa” – um raio ou bola de energia, cada um conta com cortes de câmera diferentes que trazem todo um drama pra cena. E nem todos são só referências 1:1 para as cenas do anime, o que é dá um ar fresco pra todo o jogo.

O Kamehameha original, muito bem representado.

Tudo isso acontece em cenários completamente destrutíveis que dão vida pra toda essa pancadaria. Todos os cenários mais icônicos da obra de Toriyama estão lá, e você vai poder destruir rochas, lutar debaixo da água, despedaçar prédios e criar crateras gigantes enquanto soca e chuta seu inimigo. Os visuais dos cenários não são assim tão detalhados quanto os modelos dos personagens, mas sinceramente eles fazem muito bem seu trabalho. Até porque o combate é tão veloz e gostoso que ninguém vai parar pra analisar a textura da pedra, a não ser que queira ser muito chato.

Um Excelente Single Player

Jogos de luta em geral estão cada vez mais tendendo para o multiplayer. Sparking Zero tem modo online e conta ainda com um modo de tela dividida bem funcional, mas com certeza o foco do jogo é o single player. Como já citado antes, o jogador tem acesso a diferentes torneios com regras variáveis (e pode até mesmo criar o seu do zero), modos de treino, batalhas simples… Mas as duas estrelas principais são o modo história e o genial modo de Batalhas Personalizadas.

Faça sua própria batalha dos deuses!

Entrando nas Batalhas Personalizadas você pode criar sua própria batalha, com condições de vitória, inimigos, mapa e etc, e colocar ela na internet pra outras pessoas jogarem! Tem até um editor de diálogos e de pequenas cutscenes que tocam antes e depois da batalha. Ou seja, é realmente como criar um capítulo extra da história de Dragon Ball. O modo poderia ser mais aberto pra edições – os diálogos, por exemplo, o jogador não pode escrever, apenas escolher os textos de uma lista – mas, sinceramente, é um modo que eu não imaginava que poderia existir, não achei que fosse gostar tanto, mas é um dos mais divertidos. E o jogo já traz diversas batalhas pré-feitas pra você ver como o modo é versátil – e algumas delas são bem difíceis!

Meu modo favorito, porém, ainda é o modo história. Nele você visita vários Capítulos da história de Dragon Ball pelo ponto de vista de vários personagens diferentes, como Goku, Freeza ou Vegeta. O detalhe mais legal e que diferencia esse jogo de tantos outros jogos de Dragon Ball passados são os Episódios Sparking. Funciona assim: em certos momentos da história, o jogador pode fazer algo, seja em uma escolha de diálogo ou mesmo um objetivo em batalha, que vai desviar a história do cânone de Dragon Ball. Por exemplo: no início da história do Goku, durante o Arco dos Sayajins, uma das fases tem como objetivo ficar vivo tempo o suficiente em uma batalha contra o Raditz enquanto Piccolo carrega seu Makankosappo. Quem leu o mangá ou viu o anime sabe o que acontece: Goku não consegue derrotar Raditz mas consegue segurá-lo para que Piccolo use seu ataque especial e mate os dois.

Piccolo fazendo um furo bem no meio do peito do Raditz e do Goku. Spoiler?

Esse é o caminho normal da história, no qual Goku é “incapaz de derrotar Raditz no tempo decorrido”. A partir daí Goku morre, e é levado ao mundo do Senhor Kaioh, onde aprende o Kaioken e a Genki Dama. Um ano depois ele é revivido com as Esferas do Dragão e volta mais forte do que nunca, com seus poderes adquiridos no além, e consegue derrotar seus inimigos Mas… E se Goku conseguisse derrotar Raditz e não morresse?

A bifurcação na história, levando a um cenário “e se?”

Com Raditz derrotado, Piccolo consegue atingir apenas ele com seu ataque, e Goku não morre! Alegria… Certo? Mas aí ele não aprende o Kaioken? Nem a Genki Dama? Começa aí a linha narrativa que o jogo chama de “Episódio Sparking”, com uma história alternativa. O jogo é CHEIO dessas linhas do tempo paralelas que contam essas histórias, e elas são muito divertidas de explorar – embora algumas sejam BEM difíceis de abrir.

Goku executando a famosa técnica de desviar com a cabeça.

Poucos Defeitos

Em um jogo tão bom quanto esse, é meu dever falar das coisas negativas. Nenhuma delas mancha demais o jogo, mas ainda assim, o jogo não é perfeito. Em primeiro lugar, os menus do jogo contam com animações de transição e diálogos de personagens super legais, mas que, depois de um tempo, cansam. Sinceramente, eu preferiria menus mais responsivos e rápidos, ainda mais porque ninguém aguenta mais ouvir o Zen’Oh, o Deus Supremo do Multiverso, falando as mesmas duas ou três coisas cada vez que você completa um objetivo no menu de objetivos, por exemplo. Outra coisa um pouco chata é que aquelas famosas músicas do anime até estão no jogo, mas você vai precisar comprá-las separadamente, em dois pacotes de R$ 79,90 cada. São 160 reais por umas 30 músicas – e esses pacotes não estão inclusos nem na Ultimate Edition ou no Season Pass. Não é que as músicas que já tem no jogo não sejam legais, mas vamos ser sinceros, todo mundo preferiria jogar ouvindo Cha La Head Cha La, e não dá pra fazer isso sem pagar esse preço bem salgado.

Poxa vida, tinha necessidade disso?

Uma última reclamação é: se algum jogo na face da terra PRECISAVA de dublagem em português brasileiro era esse. O jogo tem, sim, legendas e texto em PT-BR, mas meu sonho era tudo isso ouvindo as vozes icônicas do anime dos anos 90. Faria total diferença. Do jeito que tá, eu prefiro jogar com as vozes em japonês, mas muito do charme e da memória afetiva com Dragon Ball é culpa de Wendel Bezerra, Alfredo Rollo e companhia. Tá aí um DLC que eu compraria feliz da vida…

“Oi, eu sou o Goku!”

Veredito: Recomendado

Dragon Ball Sparking Zero é sensacional, e é o jogo dos sonhos de qualquer pessoa que assistia, lia ou jogava Dragon Ball nos anos 90 e 2000, ou mesmo pra quem conheceu recentemente. A obra de Akira Toriyama é absurda, sua influência é eterna, e não é à toa que Dragon Ball é tão amado. Esse jogo é claramente um trabalho de amor por toda essa franquia. Não é o jogo de luta mais polido ou competitivo da história, não tem os gráficos mais absurdos ou a movelist mais variada, mas… O alvo dele são os fãs de Dragon Ball. Eu, como um desses fãs, devo dizer: o alvo foi acertado.

Jogue se você curte: Dragon Ball, jogos de luta de anime, 19 Gokus
Agradecimentos gigantescos ao pessoal da Bandai Namco e Theo Games pela chave fornecida! Valeuzão ♥ 

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