Code Bunny é um daqueles jogos que já chama atenção na arte demonstra no trailer disponibilizado pela Team Seventh Star: ação rápida e a crocância dos pixels. Toda a apresentação é muito bonita e já mostra aqueles personagens que misturam o fofo com toques “edgy”. Como fã de jogos de ação, a espada da personagem Hazel já me faz lembrar dos jogos de ninja ou samurai da era 8 ou 16 bits. Apesar de evidente que está não é exatamente a proposta do jogo, mas acho que vocês conseguem entender o como essa relações já cria dentre de nós uma expectativa de desafio e jogabilidade que referenciam-se em nossa memória, dessa época.
Para começar, eu resumiria Code Bunny como um jogo 2d side-scrolling que mistura plataforma de ação com história bacana que prende e nos mantém interessados. Então, para explicar melhor sobre o jogo, vamos ao review a seguir.
Gêneros: ação, plataforma, side-scrolling 2D
Data de lançamento: 19/12/2024
Plataformas: PC
Tem idioma PT-BN: Sim
Desenvolvido por Team Seventh Star
Publicado por Team Seventh Star
![](https://galinhaviajante.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Code-Bunny-01-300x167.png)
Aqui a vida vem dos Cometas
A premissa da história do jogo é de um mundo que a energia advém do Cometa Yliaster, sendo que uma das instituições que exploram essa energia, conhecida como Aethr, é o Programa Espacial VY do qual você faz parte. Subitamente aparece uma organização inimiga chamada Mad Bunny ameaçando o projeto. E o jogo começa.
A partir disso, você irá aprender um pouco sobre esse universo (não muito) e seus personagens enquanto a história vai se desdobrando para outros caminhos. Apesar de curtinha, a história é bacana, sendo a narrativa um ponto forte do jogo, não pela complexidade, mas por manter a gente interessado nos acontecimentos. E eu destaco, além disso, que cada personagem possui história, linhas de diálogo e fases diferentes, o que já anima a jogar duas vezes pela história com cada um deles.
![](https://galinhaviajante.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Code-Bunyy-02-300x167.png)
Mecânicas modernas dão charme ao tradicional
O jogo referência os clássicos de ação do videogame, principalmente da era 8 e 16 bits. Contudo, ele possui seus próprios twists modernizados que é onde ele mostra seu potencial, principalmente no modo como cada personagem joga.
Logo no começo do jogo, ele te apresenta dois personagens muito bem desenhados: Hazel e Axel. Hazel é a personagem de espada maneirona, que parece ter vindo de um anime. Sua principal mecânica é disparar um marcador nos inimigos para você realizar um ataque em que ela voa diretamente para ele. Ela tem ataques normais, mas o especial são esses ataques com marcadores, pois, com eles, você consegue organizar movimentação pelo cenário, alcançar inimigos distantes e até esquivar dos inimigos. Talvez, com um pouco de imaginação, possamos pensar esse ataque como sendo um hookshot (gancho) inverso que, em vez de puxarmos os inimigos, vamos em direção a ele. Além disso, também, temos uma barra de especial que carrega quando realizamos combos.
Já Axel, é o personagem de jogabilidade mais solta, na qual a principal mecânica é o giro de pião com quicadas. É sério, não estou zuando. Na prática, você gira para cima dos inimigos e é rebatido para trás quando o acerta. Desse modo, você consegue também encontrar momento para quicar por cima dos inimigos e chegar a lugares mais altos também.
O interessante dessa mecânica é ter encontrado nela uma apelação legal de ser explorada: um determinado momento você consegue evitar muitos danos, quase uma invencibilidade. Esses espaços de tempo que dã para explorar entre as mecânicas adicionam estratégia ao jogo e nos incentiva a pensar sobre os riscos de cada investida. No caso de Axel, por exemplo, é ainda mais importante pensar sobre quando e como atacar porque o ataque giratório é bastante deslizante. Portanto, é um ataque que exige muito controle porque tem um momentum específico e um erro pode fazer com que caiamos num buraco se errarmos esse tempo. Além disso, Axel também tem chutes que, sendo bem sincero, são bem pouco úteis depois que você aprende a lidar com os deslizamentos do giro.
Particularmente, gostei mais de jogar com Hazel. Ela é mais radical, espadinha e talz! Zoeira! Eu gostei mais um pouco pelo tipo de cadência de gameplay que, apesar de não ter tiro, da uma sensação de jogos como Mega Man ou Ninja Gaiden.
É importante falar que o interessante é que essas mecânicas não são utilizadas somente para o combate em si, mas também para se movimentar pelo cenário, adicionando camadas ao desafio de plataforma. Inclusive tem inimigos e objetos nos cenários posicionados para você marcar ou quicar e conseguir sair correndo pelos caminhos do jogo. E é nessa hora que ele vai ficando simultaneamente bem foda e meio travadinho. Explico. Você pode sair correndo naturalmente pelo cenário dando umas batidas e aqui e ali, mas tem horas que você quer enfrentar um inimigo até o fim para tomar fôlego e pensar para onde ir ou até mesmo apreciar o cenário. Nesse momento, que você reduz o ritmo, parece que o jogo te pune por apreciá-lo.
O que eu senti é que o jogo quer agradar tanto speedrunners quanto jogadores mais cadenciados e isso faz com que o jogo fique meio “nem lá nem cá”, as vezes. Por isso, acho que o ponto fraco é o level design. Não que ele seja ruim, alias, ele bem bom, mas tem esses momentos que tiram o fluxo do gameplay e acabam impedindo que a gente explore cada interesse insurgem durante o jogo. Como disse, as mecânicas que citei são o ponto forte do jogo, mas parece que precisam de um polimento alinhado com o level design dos personagens para ficar mais liso e satisfatório. No entanto, é importante ressaltar que o jogo não é punitivo e dá para curtir ele, passando pelas fases, sem muitos problemas.
![](https://galinhaviajante.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Code-Bunny-03-300x167.png)
Pixel arte crocante e chiptune empolgante
A arte do jogo é muito boa, principalmente, nos personagens principais que são sprites e portraits muito bonitinhos. Porém, os inimigos são poucos variados e são repetitivos durante as fases. Os que têm cumprem o papel de desafio no cenário, mas acho que poderia ter maior variação de inimigos.
O estilo pixel art, à la 8 bits, combina com a proposta do jogo e é muito bem feito no geral, trazendo bastante identidade para os personagens da história. Contudo, tem algo que não entendi bem: por que com sprites tão legais, com personagens fofos, nós jogamos grande parte do jogo utilizando uma roupa de combate espacial que mais homogeneiza do que caracteriza? Sério, isso foi impactante para mim porque você começa o jogo e já fica anima com os personagens na tela seleção, depois assiste-o conversando na base, mas quando começa é um outro sprite. Pelo contexto histórico, nós jogamos com um traje de combate especial, sendo avermelhado para Hazel e esverdeado para Axel, que tem função específica dentro da narrativa. Isso é compreensível conforme você vai jogando, mas é um pouco frustrante porque parece que você está jogando com outro personagem.
Mas, apesar desse incômodo que senti, achei o jogo muito bem estilizado e caracterizado no geral. Combinando as animações com os momentos da narrativa, o jogo traz uma experiência muito boa. E destaco a kojimada bem ousada em uma parte do jogo.
Em termos de trilha sonora e som, temos músicas em chiptune muito boas e empolgantes. Há umas três músicas que eu gostei bastante até. São músicas que conseguem passar os sentimentos do gameplay e da narrativa, contrastando a empolgação da ação com momentos reflexivos. Recomendo New Leaf, Rabbit and Hare e Revolution Bunny que podem ser ouvidas no player abaixo.
Veredito: Recomendado
Code Bunny é um jogo para quem gosta da estética 8 bits e jogos de plataforma com ação. Apesar da clara inspiração nas eras 8 e 16 bits, o jogo apresenta novidades que modernizam a gameplay dando abertura para estilos tanto cadenciados quanto acelerados de jogar. Contudo, senti que o jogo valorizava mais um estilo de jogo mais acelerado, speedrunner, pelo modo como o cenário foi construído e também pela vibe “conquiste o melhor tempo” nos resultados no final de cada fase. Desse modo, quem gosta de masterizar o cenário e passar voando, vai conseguir aquela jogatina maneira de estética speedrunner.
Portanto, minha avaliação final é “recomendado”. Ele possui elementos suficientes para ser recomendado porque é gostosinho de jogar, baratinho e curtinho. E espero pelos novos lançamentos da Team Seventh Star porque as ideias aqui são muito boas e imaginá-las mais lapidadas já me anima para futuros jogos que possam desenvolver.
Jogue se curte: jogos 2D, ação com plataforma, pixel art e furries
Entenda o sistema de avaliação do Galinha Viajante!
Leia nossos outros reviews!