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Indiana Jones and the Great Circle – Tinha que ser cobra de novo?

Indiana Jones é personagem icônico da cultura pop. Desde sua estreia nos cinemas em 1981, o arqueólogo criado por George Lucas e eternizado por Harrison Ford conquistou fãs com suas aventuras repletas de mistério, ação e enfrentamento de perigos históricos. No entanto, quando o assunto é sua representação nos videogames, a jornada tem sido mais acidentada. Poucos jogos conseguiram destaque entre os fãs ou mídia, pois não traziam aquele sentimento de aventura que se sentia nos filmes, tirando um ou outros momentos bem específicos e pontuais.

Com a chegada de Indiana Jones and the Great Circle temos uma nova tentativa de trazer esse personagem para holofotes novamente. Desenvolvido pela Machine Games, o game conta com um história inédita que ocorre em 1937 entre o primeiro (Caçadores da Arca Perdida) e terceiro (A Última Cruzada) filmes. Muitos devem estar se perguntando sobre o porquê de estarem ressuscitando Indiana Jones ou até mesmo contestando quem seja esse personagem e sua relevância – caso seja mais jovem – para o mundo hoje em dia.

Diante disso, gostaria de convidá-los para ler a resenha que trago hoje, na qual abordarei de modo diferente os assuntos. Quero trazer para vocês uma conversa misturando explicações sobre o contexto do surgimento do jogo e o sentimento de jogá-lo. Vai ser um pouco mais longo que o habitual, mas espero que gostem.

Gêneros: ação, aventura, puzzle
Data de lançamento: 08/12/2024
Plataformas: PC e Xbox Series
Tem idioma PT-BR: Sim
Desenvolvido por Machine Games
Publicado por Bethesda Softworks

Essa é clássica!
Por que Indiana Jones em 2025?

Sendo um jovem nascido nos anos 80’s vivi grande parte de minha juventude na década de 90. Nessa época, muitos filmes faziam a cabeça da galera e estavam sempre na mídia: Exterminador do Futuro, Robocop, Rambo, Star Wars, De Volta Para o Futuro, Jurassic Park, dentre diversos outros. Como oportunidade de mercado, muitas empresas produziram jogos licenciados para os videogames que eram formas de explorar o desejo dos fãs de vivenciarem mais o universo desses filmes em suas imaginações.

Um personagem que chamou a atenção foi o Indiana Jones, criado por George Lucas, cineasta que já tinha em seu currículo nada mais nada menos do que Star Wars. Quando surgiu em 1981, Indiana Jones entregou o que se esperava de George Lucas e demarcou um personagem importantíssimo na própria história do cinema, dos heróis de ação e também dos videogames (isso daqui merecia um episódio especial sobre). Muitos jogos, aliás, foram sucessos de sua época: Pitfall, Montezuma’s Revenge, Tomb Raider e Uncharted, só para citar alguns.

O problema nessa história é que os jogos licenciados do próprio Indiana Jones sempre deixaram a desejar. Se procurarmos olhar os mais bem avaliados no Metacritic, encontraremos que antes do jogo que falaremos hoje, os que obtinham nota considerável foram os da série Lego. Antes da era Metacritic, os jogos point-and-click do Indiana Jones merecem o destaque. Fora isso, minhas memórias lembram do jogo de Nintendinho que era muito mal programado a ponto de ter até um episódio de Angry Video Game Nerd demonstrando as frustrações de jogá-lo.

Aí começa o grande amargor do gamer desde então, jogos do Indiana Jones não chamavam tanto a atenção dos jogadores e o personagem acabou virando somente um típico filme estética anos 80. Simplesmente, a impressão que fica é a de que nada relacionado ao personagem conseguiu causar o impacto que os filmes causaram. Nada conseguiu trazer a magia da aventura que era descobrir a história do mundo, arriscando a vida pelo conhecimento, pela ânsia de saber. E ao mesmo tempo enfrentar as ameaças pós primeira guerra mundial do facismo e nazismo, que compunham os vilões. Aliás, quem diria que George Lucas estava certo em se preocupar com esses movimentos em plena década de 1990, ainda na Guerra Fria, em vez de enfatizar a propaganda estadunidense que é comum de Hollywood atacando os soviéticos. Quem diria.

Em 2021, foi anunciado um projeto em que Lucasfilm e a Bethesda se uniram para trabalhar em um jogo de Indiana Jones. O anuncio não chamou a atenção e foi aos poucos sendo simplesmente esquecido pelos gamers. Além do mais, Indiana Jones em si é conhecido por muitos, mas historicamente, as pessoas estavam mais interessadas em seus substitutos no mundo dos Games como Uncharted e Tomb Raider.

Com um pouco mais de marketing, rumores começaram a surgir em 2023 e o nome do Indiana Jones voltou a ser cogitado e foi engraçado ouvir pessoas pela internet afora pensando que ele poderia ser o Uncharted da Microsoft na disputa comercial dos “consolistas”. Lembrando que a Microsoft tinha tentado vincular a Tomb Raider com a sua marca no contrato de exclusividade temporária de Rise of Tomb Raider (2015), mas que não surtiu efeito o suficiente para manter essa parceria. Então, pareceu que as pessoas estavam querendo um tipo de clone de Uncharted e confesso que essa ideia acabou também me convencendo.

No entanto, poucos meses depois, em janeiro de 2024, a Bethesda lança um trailer que frustrou muita gente porque o jogo se apresentava em primeira pessoa, em vez da visão em terceira pessoa como dos outros jogos citados. Isso já eliminou da perspectiva dos jogadores de encontrar um jogo em que podemos ter um personagem hábil e com parkour. Talvez, a memória de muitos jogadores tenha evocado a lembrança dos jogos de primeira pessoa da Bethesda, em que sua maioria é travada e cheia de bugs. O motivo real, é difícil saber, porém é notório que a decisão da direção da Machine Games deixou muitos jogadores frustrados.

Museu de Jones; Cof! Cof! … da Universidade destruído.

Eu, por outro lado, fiquei curioso com o universo apresentado. Parecia-me que havia uma ênfase maior em outras questões que não eram somente a de produzir um super-herói com um jogo focado na ação. O que apresentaram era algo mais misterioso e com coisas que pareciam puzzles. Essa curiosidade toda me fez pegar o jogo e jogá-lo assim que lançou e aos poucos eu fui me aventurando por esse universo.

A questão principal aqui é trazer uma visão para esse jogo considerando que ele foi lançado pós indicação ao TGA, ou seja, a mídia massiva não estava tão interessada nele por causa que já havia discussão demais para os indicados a premiação. E aqui estou para falar o porque esse jogo é relevante e deveria ser mais apreciado pelo o que ele é. Ou seja, sua qualidade está em não ser aquilo que os fãs do personagem esperavam, e nem no que os jogadores diziam querer dele, mas sim por trazer aquilo que realmente produzia magia ao assistir seus filmes no passado: mistério, aventura, descoberta e curiosidade. Em outras palavras, um interesse real pelo conhecer de culturas e do Outro (em letra maiúscula mesmo, como na antropologia). Além disso, é um dos jogos baseado em cinema mais videogame do que filme dos últimos tempos.

Nostalgia como combustível da aventura

O jogo começa muito bem porque jogamos a cena inicial de Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida. Esta cena foi uma boa sacada da Machine Games, pois é tanto uma boa forma de apresentar o personagem, demonstrando sua perspicácia, habilidades com o chicote e conhecimento arqueológico, quanto para produzir nostalgia nos fãs que podem controlar o personagem nessa cena icônica. Para quem não lembra, parte inicial é o dá cena da bola rolante, um clássico das cenas de ação.

Uma viagem pelo mundo todo

Depois disso, o jogo começa mesmo. Indiana Jones, durante uma noite no museu da universidade em que trabalha, encontra uma personagem enorme saqueando o local. Depois de perder a luta para ele, realiza uma investigação no local e descobre que foi roubado uma múmia de gato e que o ladrão tinha esquecido um medalhão com inscrições em latim que remetiam ao Vaticano. Então, para descobrir quem estava por trás disso e o porquê que levaram a múmia de gato, Jones abandona seu trabalho de professor e viaja para o vaticano para descobrir, considerando o risco do domínio fascista na região.

Esse é o começo do jogo e a motivação inicial. Por ser uma história longa, há reviravoltas e desdobramentos que farão Indiana Jones ir para outros lugares no mundo. Nisso, teremos também personagens que irão auxiliar o personagem em cada local contando histórias, dando contextos aos locais visitados e, é claro, um vilão bem desenvolvido. Acho melhor deixar os detalhes disso tudo para quando jogarem porque há surpresas muitos interessantes, tanto no modo como o jogo inclui mistérios locais quanto apresenta acontecimentos históricos dentro da narrativa. E o bom é que o jogo não te prende, você pode jogar com foco na missão caso deseje, mas as missões secundárias são muito boas e apresentam histórias que vão valer a pena jogar porque são bem fundamentadas no universo de Indiana Jones.

Primeira pessoa? Eles estavam certos, eu errado

Para falar sobre a jogabilidade do jogo, eu gostaria de reiterar a narrativa que construíram de que Indiana Jones deveria ser um jogo em terceira pessoa. Então, nesse momento que ocorreram essas falas, eu realmente estava de acordo. Parecia uma boa ideia ter um Tomb Raider AAA produzido por outra empresa se somando aos jogos de ação e aventura nesse tipo. Isso talvez tenha relação com os jogos já existentes do personagem como o Indiana Jones and the Infernal Machine de Nintendo 64, Indiana Jones and the Emperor’s Tomb de Xbox, dentre outro. Apesar de não gostar de nenhum desses jogos – um ou outro talvez seja ok -, parecia-me que era o caminho lógico claro e que uma boa direção com mecânicas atuais, a coisa seria diferente.

A questão que descobri e que não estava tão clara para mim antes é que a graça do personagem Indiana Jones são suas características como arqueólogo curioso, compulsivo nos estudos, que é impulsionado pelo interesse de descoberta. O personagem consegue desenrolar uma luta, mas não é um acrobata treinado em Parkour. Na realidade, Indiana Jones é um professor pesquisador universitário com 39 anos de idade e que demonstra muito conhecimento adquirido por leitura, pois o que o mobiliza não é a conquista de riquezas, mas de entender a história, seus objetos, culturas e pessoa. Então, ele é a caricatura de um professor universitário comum, mas que possui alguma habilidade com chicote e com boxe. Ele não é um acrobata e nem levanta 50 quilos no supino.

Bibliotecas são as casas do pesquisador

Em resumo, Indiana Jones tem um peso na jogabilidade que faz sentido a quem ele é. Mas esse peso não é um problema para a diversão, pois, na verdade, ela te direciona a sentimentos menos de super herói para favorecer um gameplay mais metódico.

Dito isso, parece-me que a Machine Games além de ter conseguido pegar a essência do personagem, ela também utilizou o seu know-how histórico de produções de jogos em primeira pessoa. Isso faz muito sentido agora, porque é notório o zelo com algumas características do gameplay que eles têm o histórico de fazer muito bem, inclusive a capacidade de trabalhar com o universo dos nazistas, aprendida com os diversos jogos da série Wolfstein que produziram.

Em termos de jogos você irá explorar áreas em busca de informações e segredos que possam te levar ao rastro da múmia de gato, inicialmente. Você irá encontrar documentos, conversar com pessoas, analisar objetos, tirar fotos, se esconder, infiltrar, dentre diversas coisas. E a dinâmica disso tudo é muito interessante porque ela é cadenciada de um jeito muito bom. De início você estará tentando entender a cidade do Vaticano e observando suas estruturas e locais, procurando formas alternativas de entrar nos locais sem ser pego pelos fascistas. Subitamente, você notará que está em uma caverna escondida no vaticano e estará realizando um puzzle deixado por uma civilização antiga.

Então, a exploração do cenário exigirá que você encontre soluções para entrar nos locais que podem estar fechados por chaves, o tradicional “fechado pelo outro lado”, plataformas em reforma ou construção, escombros e janelas. A todo momento você vai estar procurando por plataformas para subir, espaços seguros para se esconder dos inimigos ou locais para pendurar o chicote e subir. É um processo muito legal porque você sempre está na tensão de não ser encontrado, ao mesmo tempo que te obriga a pensar o cenário de modo vertical também. Eu não sei o quanto, mas é uma dinâmica de Imersive Sim, mais aproximado com o Deus Ex, porém é feito ao estilo Indiana Jones.

Portanto, podemos dizer que em grande parte do jogo ele é metódico. Não dá para sair dando braçada e atirando em todo mundo porque o jogo vai te punir com uma multidão difícil de lidar. Rapidamente, você vai notar eu o foco do jogo é na observação e furtividade, na exploração do cenário e suas possibilidades para superar desafios. Você ficará pensando a todo momento em como abordar uma determinada situação, considerando a diversidade de possibilidades que tem para chegar a um local determinado. Nisso, jogo dá possibilidades diversas para resolver esses problemas e é nesse processo que você sente um espaço gostoso para explorar a criatividade, o que é algo muito característico de jogos em stealth.

No lado do combate, você pode aborda-lo tanto no corpo-a-corpo quanto a longa distância. Indiana Jones pode utilizar socos, chicote, atirar e bater com objetos. Nos socos, você pode utilizar ambas as mãos e precisar o local onde vai acertar o inimigo, se na esquerda ou direita, além de ter bloqueio e parry. Achei interessante é que dependendo da situação é melhor começar um combo com a esquerda ou direita, dependendo de isso vai pegar no personagem. É um nível de profundidade pouco visto em jogos até hoje. Por outro lado, o jogo te incentiva muito a utilizar objetos, assim como nos filmes e que fazem você se sentir em um beat them up: paus, canos, ferramentas, pé de cabra (Gordam Freeman feelings) e garrafas. Bater com objetos dá um dano significativamente alto e pode tontear um personagem bem rápido e eles são disponíveis em abundancia no jogo.

Modo terceira pessoa somente em seções de escalada

 

Como comentei, o jogo tenta te incentivar a não usar armas de fogo a todo momento. O primeiro problema delas é que elas são barulhentas e chamam atenção demais. Usa-las em momento errado é game over. O segundo, é que as armas são obviamente muito ruins de utilizar, pois são armas da década de 1930. O resultado disso é uma precisão difícil de manter. Além disso, o jogo não te permite carregar armas grandes, pois Indiana Jones é um explorador e não vai ficar carregando objetos que dificultam sua mobilidade. Apesar de ser em primeira pessoa, não é um jogo de tiro.

Mas, aí vocês me perguntam: e o chicote, Schneider? Então, o chicote é mais um elemento de exploração do que combate. No combate, inicialmente, o chicote ele pode atordoar os inimigos, mas não é muito eficiente. Um bom uso para ele é chicotear os inimigos de armas para que eles a deixem cair, possibilitando você avançar para cima no soco. Até que faz sentido porque o chicote é, de fato, uma arma desengonçada porque existe um tempo muito grande entre ataca com ele e recolhe-lo. Existem upgrades de habilidade que fortalecem o chicote para mais usos no combate, mas no geral é como eu falei. Nesse sentido, a função do chicote mesmo é ser a desculpa para você alcançar plataformas, escalar paredes e coisas do tipo. Ele faz coisas apelonas na exploração, mas no combate, ele tem que ser utilizado de forma estratégica.

Aqui tem Metroid Prime com Talos Principle – Exploração Exploração Exploração

Esse título de seção é provocativo mesmo. Não que o jogo tenha o esquema tipo Metroid prime de exploração ou que seja um jogo focado em puzzles como Talos Principle, porém esses elementos aparecem no jogo de um modo equilibrado e que você pode transitar por essas emoções que esses formatos trazem.

Primeiro, os puzzles do jogo são muito bem feitos, pois apresentam boa variação de tipo e dificuldade ao longo do jogo. Sinceramente, é um dos melhores trabalhos de puzzle que vi nos últimos tempos porque eles são realmente engajantes DENTRO DO CONTEXTO – logicamente não estou comparando com jogos focados em puzzles. De modo muito inteligente, os puzzles obrigatórios do jogo são os mais fáceis, em termos mecânicos, porém super complexos em termos históricos e contexto gráfico.

Ruínas antigas e escuras se iluminando com um tocha. Nada perigoso!

Então, na prática, para seguir a história você terá que lidar com puzzles que envolvem analisar o cenário, os desenhos e pensar como movimentar as peças disponíveis para dar seguimento ao jogo. E isso achei genial porque a graça desses puzzles está no contexto em que você está no meio da aventura. Nesse sentido, o puzzle é um passo para uma nova descoberta da história do jogo e daquela civilização. É como nos filmes, porém com você no controle, por ser videogame, você pode tomar o tempo e analisar, curtir a descoberta ao seu tempo.

No lado das sidequests, os puzzles vão escalonando a dificuldades. Algumas missões você precisa fazer uma investigação no cenário e analisar aquele puzzle. Normalmente, são missões para pegar peças de artefato antigos que não tem função na história principal, além de ganhar experiência, ou estarão relacionadas aos personagens que encontra no jogo, dando ainda mais contexto sobre o folclore do universo Indiana Jones.
Um puzzle simples do jogo é um de descobrir senha de cofres e caixas. Então, o esquema do puzzle é descobrir a sequência numérica, o que não parece nada demais, não é? No entanto, algumas senhas estão escondidas no mapa, precisando analisar documentos, fotografias, imagens e paredes ou, até mesmo, formação das nuvens.

Já os puzzles mais complexos vão exigir coletar peças e ajustar mecanismos para funcionar. Estou tentando não dar spoilers, mas confia. Há um puzzle que é desgraçado em sua composição: o das engrenagens! Meu deus! Este exigiu muito tempo porque exigiu tanto o acumulo de peças no mapa quanto você visitar e revisitar os locais dos puzzles para conseguir produzir sentido na organização das peças dentro da lógica física proposta.

Diante disso, o que queria deixar claro é que a decisão de primeira pessoa foi muito interessante porque deixa o puzzle mais tátil mesmo. Há uma sensação singela de manipulação sua sobre o mundo, diferente dos excessivos puzzles simplórios que vemos em jogos de terceira pessoa pelo simples motivo de “porque sim”. Sim, a crítica é pessoal visando alguns jogos específicos, mas acredito que vocês já devem ter passado também por puzzles em jogos que se repetiam apenas para alongar o jogo.

Exploração parte 2

Além disso, experimentar o jogo à primeira vista tem mais relação com um immersive sim do que um jogo de tiro. Quando falo Metroid Prime é mais porque foi o jogo que senti a curiosidade na exploração em jogos em primeira pessoa a nível de procurar saber sobre mundo, de olhar o cenário procurando se entender como sujeito naquela imersão.

O jogo possui aquele clássico de documentos que contam a história de acontecimentos do jogo, tanto da história principal quanto de casos particulares de pessoas naquele mundo. E você ganha experiência para trocar por habilidades por cada uma dessas descobertas que faz no mundo.

Os gatitos se espreguiçam no modo scan de Metroid Prime

Complementando a isso, você tem o scanner da Samus para investigar o cenário, porém em sua versão na década de 1930 que se chama câmera fotográfica. Logo no ínicio do jogo, você conseguirá uma câmera fotográfica que terá o papel de fotografar tanto pistas importantes para investigação principal quanto objetos, cenários, pessoas e animais que compõem o universo local. Quando aparece um lugar interessante, o marcador de câmera irá piscar e você poderá procurar com a câmera o que deve “scanear” para conseguir o registro e, consequentemente, pontos experiência também. Uma sutil spoiler, tem uma missão de tirar fotos dos gatinhos que de um local. Simples assim. Ao encontrar um gatinho, você irá acionar a câmera para pegar o registro dele.

No caso das missões principais, as fotos serão sobre elementos históricos da investigação para que você possa analisá-las depois. Um trabalho de detetive mesmo.Vale apontar que você encontrar no jogo itens que possuem valor histórico e que dão experiência quando coletados. Apontar dois interessantes: livros técnicos e história em quadrinhos. Os livros são o que você precisa para aprender técnicas de combates ou melhorar os seus atributos. O que achei legal é que cada livro possui uma própria arte de capa representando de modo estilizado à época daquele aprendizado. Já as histórias em quadrinhos não ensinam habilidades, mas possuem esse componente artístico que é tão bem feito que você vai olhar quando pega-la e ver qual a referência está ali representada. Não é algo que você pega somente pelos pontos de experiência.

Aspectos artísticos

Primeiramente, gostaria de comentar que eu não lembrava como eu estava com saudades de uma trilha sonora Jonh Williams. A indústria de jogos, de modo geral, tem utilizado muitas trilhas incidentais, atmosféricas ou super percussivas. Já aqui, a trilha é um orquestral com aqueles metais gritando nas cenas heroicas e cordas tensas para partes misteriosas. Tudo inspirado na obra John Williams, mas com suas próprias características. Portanto, um bom trabalho do compositor principal Gordy Haab.

É estranho falar isso, mas retomar esse estilo de trilha sonora é até que refrescante ouvir música que mescla romantismo com modernismo. Contraditório, não? Na verdade, é só que esse tipo de trilha tinha sumido dos jogos. Deixarei duas músicas ouvirem e entender. Destaque para o como o compositor consegue trazer referências a trilha original.

No caso gráfico, a coisa é primorosa. Um dos jogos mais bonitos que já joguei. Mas eu não diria que é somente pelas texturas de jogo AAA que são 4k e o tal do ray tracing. Não é por isso, mas pela combinação de tudo isso com a composição artísticas embasada historicamente. Então, cada região é super bem estilizada e faz com que você consiga se sentir dentro dela e isso ganha seus próprios contornos dentro das cavernas, masmorras, tuneis, etc. Todos esses lugares misteriosos possuem suas próprias estruturas arquitetônicas estilizadas. E olha, digo que está melhor do que nos filmes de Indiana Jones dos anos 1980 até, pois o tipo de escritura que encontramos, os quadros, as esculturas, os móveis, etc. Tudo compõe um cenário muito bem e facilita a gente a se sentir parte da narrativa.

Uma estátua de dragão só poderia ser encontrada no Vaticano. É lógico.

Apesar disso tudo, o jogo tem um problema ao pedir configurações relativamente altas para PC. É compreensível que eles tenham uma visão artística e estão comprometidos com ela. No entanto, é uma pena que muitas pessoas não poderão jogar o game por causa disso. O que posso dizer com isso tudo é que, apesar desses problemas, o jogo roda muito bem no Xbox Series X no PC e toda a parte gráfica realmente cria uma ambientação muito boa.

Veredito: Obrigatório

Indiana Jones é uma grata surpresa da Machine Games. Não porque desconfiava da competência do estúdio, mas porque, com raras exceções, histórico de games sobre jogos licenciados em filmes não é muito positivo. Além do ceticismo sobre a direção artística que estavam dando ao jogo e da participação ativa de Todd Howard no roteiro. Aliás, vale notar o como falar menos coisas fantásticas ajudou Howard a fazer um bom trabalho porque não atrapalhou o jogo com um marketing enganoso.

Indiana Jones and the Great Circle é um ótimo jogo de aventura que nos possibilita experimentar o universo criado por George Lucas. A base do jogo é uma mistura entre elementos de stealth, ambientes interessantes para exploração e diversos puzzles que ajudam a cadenciar o ritmo do jogo. Tudo isso colado por uma boa narrativa que mantém o interesse dos acontecimentos misturando elementos místicos com fatos e histórias reais. Essa combinação conseguiu, realmente, trazer o espirito que eu não via em jogos por muito tempo.

Minha avaliação é que este jogo é obrigatório e é uma pena que tenha sido lançado no período de dezembro pós premiações do ano, pois isso acabou tirando um pouco dos holofotes dele. Esse me parece um daqueles jogos que crescem com o tempo conforme as pessoas jogam e vão espalhando no boca-a-boca. Enfim, Indiana Jones foi uma grata surpresa para mim e acredito que seja um bom jogo para quem quer ver uma boa história e explorar um mundo.

Jogue se você curte: aventura, puzzles, História, exploração e Indiana Jones

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